domingo, 23 de novembro de 2014

Actividade Sexual dos Patos

Quando era criançola e adolescente o meu Pai fez-me uma capoeira para eu me dedicar á criação de animais domésticos comestíveis. Como me dedicava longas horas á arte de cuidar dos animais, tinha tempo para observar todo o seu quotidiano de vivência até ao seu destino, tacho. E dentro dessas observações há uma que me recordo, a actividade sexual dos patos que é fantástica e aqui partilho esse momento caricato desses curtidos animais que muito se deliciavam.
 Então o acto divide-se em três partes que dura mais ou menos um quarto de hora, primeiro o pato começa a rodear a pretendente, abanar-se e a segredar-lhe a cantiga do bandido com sons e afins. Passados cinco minutos, lá a donzela se começa a pôr a jêto de rabinho no ar e o patólas a muito custo, devido ás penas serem muito escorregadias, lá se põe em cima dela a fazer o que todos os bichinhos gostam. Mais cinco minutos passados com mais sons e afins, acontece o mais giro do momento, a queda do herói, devido ao movimento súbito que ela faz ás costas e lá cai o gajo de calhostras de patinhas para o ar. Seguem-se os últimos cinco minutos desta odisseia sexual, com a patinha toda satisfeita e consolada a dar ao rabinho e também o saciado sortudo alegre a tentar recolher o seu órgão reprodutivo em forma de rosca e a pingar paulatinamente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Realmente, um interessante relato personalizado à essência-linguística do próprio autor que lhe confere uma descrição com "toda a pinta", como seria de esperar.

E a isto se chama – SERVIÇO PÚBLICO.

De facto, quase não havia, em tempos, casa "campestre" que se prezasse que não tivesse a dita "capoeira".
Também a mim me couberam tarefas no mundo-das-aves-domésticas onde a busca dos ovos no ninheiro, e alguns deles em locais de díficil acesso, eram catados aqui pela catraia que se esgueirava em pequeno lugar, e só pelo chamar materno é que de lá saía depois de várias tentativas frustradas de tentar fazer as galinhas voarem, afinal: “Se tinham asas porque não voavam?”

(Mais tarde, a vida ensina, que não basta saber voar ou ter asas para levantarmos certos voo).

Da cópula dos galináceos, lembro-me de me questionar porque o Galo "afinfava" bicadas na nuca da Galinha-Parceira e a “arrepelava” nas penas, enquanto se deleitavam! Depois percebi que é mesmo por uma questão de equilíbrio: ele apoia as patas sobre as asas entreabertas da parceira e para não cair segura-se às penas da nuca.

Na certa, agora, todos aguardamos o teu próximo relato: O PERCURSO DE UMA PÉROLA ENGOLIDA E ANSIADA PELO MUNDO DA RIQUEZA…é que soa mesmo a Odisseia!