Pois é, cá estou eu a desvendar os piores 11 meses da minha vida ... Sim, foi até ao momento o tempo mais mal passado da minha vida. Isto, porque fui pra lá obrigado, já trabalhava e foi só a perder dinheiro, não é que ganhasse muito! Encontrei muita corrupção, injustiças, maus vícios, tédios, enfim! A única coisa positiva que tirei de lá, foi o Sargento do meu pelotão ter dito á malta que os problemas se resolviam a olhar em frente e não a olhar pra baixo. Fiz a recruta no Porto na Barca d'água na arma de transmissões, que foi uma mais valia para o resto do tempo de tropa. Depois passei para o campo tiro de Alcochete como 2º.Cabo de transmissões. Apanhei a 1ª. guerra do golfo, o que fez com que estivéssemos sempre em prevenção. Ao contrário da recruta, tinha muito boas condições de serviço e estadia. O Pessoal das transmissões controlava o bar e o refeitório com a contrapartida de darmos umas chamaditas de borla e como na altura ainda não havia telemóveis, era de extrema importância a comunicação para o exterior. Como a parte de transmissões estava num edifício novo, eu tinha um quarto só pra mim, alcatifado com telefone, casa de banho privativa, tínhamos vídeo, televisão e chamadas telefónicas á descrição. Apesar de tudo mau que aquilo significava para mim, em relação á maioria era um lorde no meio militar. Mais informo que pertencia á 3ª. Companhia, 2º. Pelotão da Escola Prática Transmissões do 2º. Turno do ano 1990.