sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Como Uma Trintona Se Auto Estima ?

Lembrando-se que ainda tem muito para dar.
Julgando que a idade está no espírito.

Considerando que a velhice é um posto.
Imaginando-se a Concretizar as suas necessidades.
Querendo ser mais, do que até aqui conseguiu.
Nunca fugindo dos seus anseios.
Adquirindo o hábito de se olhar a tudo que espelhe.
Respeitando a essência da sua maturidade.

Compreendendo a importância do momento.
Satisfazendo as necessidades anteriores á nova era.
Glorificando os seus actos, através do seu conhecimento.
Considerando que quase tudo ainda está para se fazer.
Sabendo que a sua experiência é importante para decidir.

Realizando o que deseja, sem meditação e com muita paixão.
Considerando que a vontade de o ser é superior á de a ter.
Lembrando-se que muitas não conseguiram lá chegar.
(Escrito em Março de 2001)

4 comentários:

Anónimo disse...

Faria alguns pequenos ajustes; há uma ou outra ideia que não está muito explícita mas o que realmente importa é a intenção que está presente em cada linha!
Tu és uma pessoa que se entrega aos outros.
Tu dás tanto de ti!
Pelo título, dá pra perceber que é dirigido a uma amiga muito chegada com quem te preocupaste.
Não perderias o teu precioso tempo com futilidades. Sentiste necessidade de ajudar e fizeste-o ao teu jeito, com todo o carinho...

Anónimo disse...

É preciso sobreviver para atingir a idade da realização, para ser feliz. Não vale sair antes do intervalo do jogo, nem mesmo antes do jogo terminar...

Anónimo disse...

.. excepto quando for ele a estabelecer as regras do jogo que quiser jogar. Aí, pode sair se for essa a sua vontade. A verdade existe. Ele sabe o que quer!

Anónimo disse...

Quando nos interessamos por alguém, nunca sabemos no que vai dar.
Lançamos os dados como quem os deixa cair quase por acaso e muitas vezes nem queremos saber quanto deram: um e um, dois e quatro, três e três, cinco e dois, é sempre um mistério, porque a sorte também manda na vida, manda mais do que queríamos e menos do que gostávamos, por isso desconfiamos dela sempre que nos é favorável, mas aceitamos as suas traições como a ordem natural das coisas, por mais absurdas que sejam.
Os dados caíram quando levantaste o copo e eu vi no chão seis e seis, vi-te a apanhar os dados e a rir, ouvi a tua voz e quando começámos a conversar, percebi que os dados estavam certos.

Gostamos de tudo um no outro; eu gosto da tua casa, da tua música, da tua forma desligada de olhar para o mundo, tardes inteiras a repetir em stereo os melhores sketches do Gato Fedorento, os passeios à beira mar de camisola de lã com capuz, as polaroids com legendas e a forma como te divertes com tudo o que te rodeia.

E tu gostas da minha alegria de viver, do meu sarcasmo cirúrgico, de dizer sempre tudo o que penso, sinto e quero, mesmo quando não estás preparado para me ouvir.

Eu gosto de te conhecer e de te perceber, porque és diferente dos outros homens e tu gostas que eu te entenda melhor do que as todas as mulheres. E gostamos de estar um com o outro; à mesa, em casa, com amigos, sem amigos, com sono, sem sono, mas sempre perto quando estamos perto, mesmo que fiquemos longe quando nos afastamos.

Acredito que todos temos direito a ter sorte e que, quando alguém aparece na nossa vida de repente, ou é porque nos vai fazer bem ou é porque nos pode fazer mal.
E eu vi-te com bons olhos desde o primeiro momento, achei que me ias ajudar a limpar a tristeza, que a tua presença quase imperceptível na minha vida seria como um bálsamo, uma música perfeita e harmoniosa, um dia ao sol, ou uma noite em branco, daquelas que nos fazem pensar que a vida está cheia de surpresas boas e que vale mesmo a pena estar vivo, só para as saborear.

Tu foste e és tudo isto, e ainda mais agora, que somos amigos; entre nós não há pesos nem amarras e o silêncio não quer dizer ausência, apesar da ausência reinar nos nossos dias.

Quando lançamos os dados, nunca sabemos no que vai dar; tu podias ser um assassino encapotado e eu uma neurótica disfarçada, mas tivemos sorte, porque somos duas pessoas normais, com coração, e dois ou três princípios que nos fazem estar bem com a vida e com os outros.

Só tenho pena de não ser dona do tempo, porque houve momentos que, se pudesse, teria vivido mais vezes ou mais devagar, como quem saboreia um chá de menta, ao fim da tarde, no largo da Igreja a ouvir os sinos. E como escrever é a melhor forma de falar sem ser interrompido, digo-te agora e sem rodeios, fica comigo mais uma vez, vem rir do mundo e adormecer nos meus braços, abrir o teu coração e sonhar acordado, vem ter comigo hoje, porque eu quero lançar outra vez os dados e aposto que vai dar seis e seis outra vez, porque os dados nunca se enganam e a amizade é o amor sem preço e sem prazo de validade.”

Seis e seis – Margarida Rebelo Pinto