quinta-feira, 3 de julho de 2008

A Minha Santa Terrinha

Mira de Aire fez agora no passado dia 10 de Abril de 2008, 75 anos que foi elevada a Vila. Terra onde vivi cerca de 29 anos, na qual tive uma infância e adolescência agradável, principalmente por me encontrar em locais serranos e de ambientes a práticas com a Natureza. Comecemos então pela entrada sul, onde á direita se começa a subir para as Grutas, única referência de destaque que existe além de mim (gracinha de há muitos anos ...ah!!...ah!!...ah!!). É de referir que nunca fui muito conterrâneo assim como nacionalista, já que nem terra e País me convencem muito. Deixo aqui o endereço http://osmirenses.blogs.sapo.pt/ de um site alusivo á terra para quem pretender mais informações da mesma.
Seguimos estrada acima e aqui estamos numa zona muito característica da Mira por ser habitada pelos comerciantes das peles em outrora e é designada por Poio, nesta zona realiza-se em fins de Julho uma das festas anuais da terra que se designa por Festas da Nossa Senhora da Boa Morte.



Á esquerda o novo posto médico da terra, o qual já não é do meu tempo de residência local e também nunca o utilizei como utente. Este ao menos tem um pequeno telheiro pra se esperar ás tantas da manhã por uma vaga que por vezes nem se conseguia. Á direita a loja da minha Mãe " Arte e Vergas " situada na rua D.Dinis nº. 30. Sítio da terra mais visitado por mim, por razões óbvias.

Também considerado o centro da vila, á esquerda o antigo café cristal e por cima o clube dos Ricos. Entretanto nos anos recentes foi centro de dia e actualmente o edifícios está sem ninguém. Também se pode ver um busto do fundador das empresas de Mira de Aire, Manuel Dias Justo. Á direita o edifício onde em baixo era o café regional, no 1º. andar a sede do U.R.Mirense, onde havia uma sala de jogos e se faziam grandes bailes e no andar de cima era o sindicato que actualmente não sei se ainda é ali, no edifício da esquerda era e é a papelaria Capaz.



Indo agora para o centro da vila, á esquerda encontra-se a Igreja velha, onde eu iniciei a minha fraca carreira católica, onde me baptizaram e fiz a 1ª. comunhão. Actualmente considero-me Ateu, já que não acredito propriamente no que a religião católica nos quer fazer crer e também por não concordar com muitas atitudes desta. Ao meio já a actual Igreja nova, construída com grandes controvérsias devido á sua diferença arquitectónica e onde fui e vou a casamentos e funerais. Á direita uma fonte que nem sei o que simboliza, talvez apenas decoração do espaço novo recriado junto das Igrejas.

Subindo á zona das grutas, na foto da esquerda está o mítico Papagaio a discoteca mais importante das redondezas nas décadas de 80 e 90, sítio onde a juventude começava a dar os primeiros passos para as grandes nights, onde havia umas matinés dançantes para a malta aconchegar e cheirar os pescoços das meninas, enfim peripécias não faltaram. Ao centro está um monumento ou símbolo ao emigrante e no lado esquerdo uma bela paisagem da sempre mítica Mata e serra dos candeeiros.


Na saída das grutas está agora inserido o parque aquático de Mira de Aire. Espaço de lazer engraçado e útil á população para se refrescar nos Verões quentes e com uma excelente paisagem de fundo. Por ser recente e já não ser do tempo em que vivia na Mira, poucas vezes lá fui e nunca para mergulhar, apenas ouvir música ao vivo e beber uns copos na esplanada.





Aqui estamos nas famosas Grutas de Mira de Aire, maiores de Portugal e terceiras da Europa. Agora remodeladas e muito mais vistosas do que outrora, tentam cativar novos visitantes. Nos tempos em que havia muita afluência de visitantes, a rapaziada da Mira nas férias grandes escolares, quase todos passavam por guias nas grutas. Eu por acaso não me calhou, devido a ir sempre trabalhar para a oficina do meu Pai. Na foto da esquerda é a entrada para o grande buraco, na do meio em baixo é a parte do bar, loja de lembranças e bilheteiras, em cima era o restaurante que de momento está desactivado. Na foto da direita é a saída das grutas onde se sobe uns bons metros de elevador.





Sítio ímpar no Mundo conhecido por Antenas (foto do meio), onde leva os sinais de televisão para a região circundante. Na foto da esquerda pode-se ver Minde ao fundo da Mata e na foto da direita o símbolo da Paz e tranquilidade da magnitude do local. Ir ás Antenas é uma frase muito entusiasmante para os conterrâneos Mirenses.





Aqui temos paisagens deliciosas da Mira vistas do topo da serra dos candeeiros, onde se pode também observar a serra de Aire e a Mata no vale entre as duas serras.









Aqui é um dos locais mais emblemáticos da Mira, pelo menos para a malta mais jovem. Por aqui passa ou passava as peripécias mais entusiasmantes da Primavera. Devido ao rebentar do rio subterrâneo das Grutas de Mira de Aire, saía daquele sítio com grades como se pode ver na foto da esquerda. Depois corria pelo leito que se vê na foto do meio e desaguava no meio da Mata. Sítio este designado por Pena e onde a malta dava grandes mergulhos em águas super frias.



Ao lado do pavilhão gimnodesportivo encontra-se o Estádio do U.R.Mirense, também este com uma linha arquitectónica anti-desporto, até parece sina do local. Estádio este que já recebeu uma final Nacional de Júniores entre o Sporting e o Guimarães (Campeão Nacional) e que não teve tantos sucessos desportivos como o antigo campo da fiandeira.


Pavilhão gimnodesportivo, aqui era o local onde treinava e jogava andebol, assim como outras modalidades colectivas. Exemplo de uma arquitectura anti-desporto e uma obra que precisou mais de sete anos para ser concluída, sabe-se lá porquê ! Mas como á semelhança dos outros locais, foram passados melhores momentos do que piores e o mais difícil naquela altura era ter que subir a pé até lá chegar. É o que já não acontece e ainda bem com os atletas de agora, que têm uma carrinha á disposição para os lá ir pôr. Viva o progresso e o futuro!


No ano lectivo de 1984/1985, como tinha chumbado no ano anterior vim repetir o 9º. ano escolaridade e com boas notas, o que não era muito natural em mim e coincidiu com a inauguração da nova escola secundária de Mira de Aire. Aqui não havia mato por perto, mas em contrapartida tínhamos a Mata logo mais abaixo, o que nos agradava ir para lá fazer umas brincadeiras engraçadas pra idade actual. Aqui andei só um ano, devido a na altura só haver até ao 9º. ano e tive de ir o ano seguinte para Torres Novas fazer o 10º. ano escolaridade.





Aqui estamos no chamado e mítico campo da Fiandeira, onde o clube da terra U.R.Mirense deu muitas alegrias aos seu adeptos da terra. Era onde também treinávamos andebol á noite, devido ao ringue não ter iluminação. Grandes sacrifícios e dificuldades tivemos aqui neste piso pelado onde a pouca carne que tínhamos na altura ficava cravada das pequenas e muitas pedrinhas existentes, já para não falar de quando fazia um frio de rachar e chovia que nem a bola conseguíamos driblar em tanta poça de água. Realmente gostava de ver os miúdos de agora a fazerem tal sacrifícios pelo amor ao desporto, já que com todas as condições em pavilhões gimnodesportivos nem aparecem para praticar desporto. E depois de tudo isto nos balneários com poucas condições que se podem ver na foto do meio, tomava-se uns banhos de água gelada para que os tenros ossos começassem a ganhar resistência para o resto da vida.


E continuando com o tema desportivo, este era o ringue onde iniciei a carreira de andebolista aos 10 anos de idade. Onde esfolei muito joelhinho e muito arranhado ficava de tão bom que era aquele piso de cimento quase armado. Era sempre uma odisseia ir treinar para tão belo sítio paisagístico, já que ficava a uma considerável distância da povoação. Mas, sempre dava para fazer uns lanchinhos de medronho e muitas peripécias mais. Também era onde a malta jogava ténis, voleibol, futebol e outros jogos com bola inventados por nós, grandes inventores da época.


Estes edifícios fazem parte do ciclo preparatório da altura que actualmente já se denomina com outro nome. Agora também já com os limites todos gradeados, que muito dificultariam a passagem naqueles tempos para uma brincadeiras muito giras que nós rapazes fazíamos com as raparigas no meio do mato que contornava a escola. Já na altura devido a essas escapatórias tentaram em vão colocar umas redes, já que a malta logo se desenrascava a cortá-las ou esburacá-las. Na foto da esquerda era a entrada e as secretarias, foto do meio as salas de aula e na foto da direita o ringue onde a malta jogava umas futeboladas e onde se praticava a educação física. Aqui, também usávamos o ringue fora das horas e dos dias de aulas. Deixo aqui o endereço http://www.miral.ccems.pt/ do site do agrupamento de escolas de Mira de Aire.

Esta é a minha escola primária, já super modificada que mais parece uma prisão de alta segurança, para estes maus tempos modernos. No meu tempo até para lá íamos brincar mesmo fora de horas e dias de aulas. Na foto do meio as 3 janelas do lado direito em baixo era a minha sala de aulas durante os 4 anos. A foto á direita a casa ao fundo era a cantina e á direita era o pátio onde se brincava no intervalo quando chovia. O Chão na altura era em terra boa para o joelhinho esfolado e as limitações da escola eram serrados, onde a malta ia fazer cabanas.




Este prédio de 3 pisos foi a minha creche desde tenra idade, onde comecei a dar os primeiros passos, treinava para ser montador de peças e afins ( Lego e jogos similares ), assim como artista musical, o que viria a passar ao lado de uma possível grande carreira.


Prédio onde vivi durante 29 anos, no 1º.Esquerdo nº. 27 da Rua da Fiandeira em Mira de Aire. Rua essa onde tantos pontapés na bola foram dados com balizas pequeninas demarcadas por montinhos de pedras, vidros partidos e queixas dos vizinhos, tempos esses em que os carros ainda não passavam com grande afluência. Jogos da apanhada, das escondidas, do pião e do imprescindível berlinde. Sempre acompanhados de grandes ralhos e inevitáveis preocupações dos sempre queridos Pais. Ainda hoje a casa está arrendado ao meu Pai, assim como o R/Chão Direito ainda pertence á minha Avó materna que me é tão mas tão Querida.